Ditadura nunca mais

27 de fevereiro de 2014
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Cinquenta anos depois do golpe militar, a quadra de esportes da UnB – OCAS, um dos principais pontos de ataque aos professores, técnico-administrativos e estudantes da Universidade que lutavam contra o regime, se tornou espaço de resistência. O marco foi realizado em atividade que reuniu a comunidade universitária para descomemorar o cinquentenário da ditadura, nessa quarta-feira (2), na OCAS.

A atividade teve cunho político, e contou com o depoimento de professores, técnico-administrativos e estudantes, que relembraram os tempos de chumbo e contextualizaram a opressão de outrora com o novo modelo de ditadura implantado nos dias de hoje. “Uma maneira de homenagear é continuar a luta”, afirmou a professora da Faculdade de Educação da UnB Maria Luiza Pereira Angelim.

Após o ato da OCAS, os manifestantes desceram rumo ao Ceubinho para dar continuidade às atividades em descomemoração ao golpe de 1964. O Ceubinho era o local onde os estudantes realizavam suas assembléias no período da ditadura. Lá eles protestavam contra o regime ditatorial e planejavam as ações para dar fim ao golpe.

DITADURA NOS TEMPOS DE HOJE
Para a professora Maria Luiza Pereira Angelim, a ditadura ainda persiste, entretanto através de novas maneiras de manifestação. “Hoje, as manifestações ditatoriais estão nos impedimentos das manifestações de todas as ordens, na cultura machista, na cultura de preconceitos, no não reconhecimento de que somos todos iguais”, afirma.

Segundo a docente, a forma mais eficaz de dar fim à ditadura é atuar nos espaços formativos, principalmente nas escolas e na mídia. “Nosso grande ganho na resistência democrática é a gestão democrática nas escolas, seja de ensino fundamental, médio ou superior. No nosso caso aqui na UnB, queremos a paridade nos órgãos de consulta e deliberação. Outro foco a ser modificado é a mídia. É preciso fortalecer uma outra formatação de mídia que não a vendida pelo interesse comercial”, avalia.

As atividades para descomemorar os 50 anos do golpe militar de 1964 continuam nesta quinta-feira, dia 3, no anfiteatro 9 da UnB.

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