Nesta quarta-feira (28), centenas de manifestantes organizados pela CUT Brasília realizaram ato em frente ao Ministério da Fazenda como parte das mobilizações do Dia Nacional de Luta, data em que a classe trabalhada marcha em prol da garantia e do avanço de direitos e contra os riscos de retrocesso. Na ocasião, os manifestantes presentes exibiram faixas, cartazes e utilizaram caminhão de som para fazer falas que exprimiram as revindicações dos trabalhadores. Representantes do Sintfub participaram do ato.
“Não vamos nos calar diante do risco iminente de retrocesso, de retirada de direitos. O nosso papel, o nosso dever, é lutar em defesa da classe trabalhadora, dos nossos direitos. Nós temos lado, e esse lado é o do trabalhador”, enfatiza o coordenador-geral do Sintfub, Mauro Mendes.
“As medidas provisórias 664/665 retiram direitos dos trabalhadores, e nós não vamos permitir que os avanços sociais e conquistas trabalhistas que obtivemos ao longo dos últimos 12 anos sejam jogados fora”, declarou o dirigente da Central Única dos Trabalhadores – CUT, Pedro Armengol.
“Ao invés de trazer um resultado que favorece a economia e os trabalhadores, essas medidas são prejudiciais para os dois. Uma vez que diminui-se os direitos trabalhistas e o poder de consumo da classe, a economia do país também é prejudicada”, explica Armengol.
As medidas citadas pelo dirigente foram lançadas pelo Governo Federal no dia 30 de dezembro de 2014 e se forem colocadas em prática, trarão impactos negativos sobre a vida dos trabalhadores. A vigência das MPs está prevista para março de 2015.
“São 2,3 milhões de trabalhadores que não receberão seguro desemprego esse ano porque a MP 665 altera de 12 para 18 meses o vínculo empregatício para a validação do benefício. Cerca de 10 milhões de trabalhadores não receberão abono salarial. E o que nós queremos é que esses direitos sejam mantidos”, esclarece o diretor da CUT Nacional, Jacy Afonso.
“Vamos cobrar inclusive que os compromissos feitos em campanha sejam honrados. É possível mudar, é possível avançar. Contra essa pauta negativa, vamos lutar para que a nossa pauta seja implementada. Vamos nos mobilizar por justiça fiscal, reforma tributária, redução de jornada de trabalho e em hipótese alguma podemos aceitar essas medidas de retrocesso para a classe trabalhadora”, completou Jacy Afonso.
Nem mesmo a forte chuva que caiu sob a capital federal desmobilizou os trabalhadores, que se abrigaram no hall de entrada do Ministério durante o ato.
Antes do fim do ato e ainda sob a chuva, o presidente da CUT Brasília Rodrigo Britto reafirmou as falas dos demais líderes presentes e acrescentou: “Sairemos defendendo a classe trabalhadora frente a qualquer Congresso, qualquer governo. Vamos continuar firmes na luta, porque a vitória nos aguarda”.