O adicional insalubridade dos 275 terceirizados da empresa Planalto lotados na Prefeitura da UnB foi retirado do salário dos trabalhadores. O benefício, no valor de R$ 144,60, é pago aos terceirizados há cerca de 10 anos, mas não foi adicionado ao salário da categoria neste mês devido a um imbróglio entre a UnB e a Planalto. Em assembleia nesta sexta-feira (7), os trabalhadores prejudicados, organizados pelo Sintfub, exigiram que a empresa pague imediatamente o adicional ou poderão paralisar as atividades na próxima semana. “Não temos que entrar na briga entre Planalto e UnB. Isso são eles que resolvem. O que temos que cobrar é o pagamento do nosso direito. Como aprendemos no movimento organizado, direito não se retira, se amplia”, afirmou o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes, durante a assembleia desta sexta-feira.
De acordo com o diretor de terceirização do DGP da UnB, Júlio Versiani, na renovação do contrato com a Planalto, em fevereiro deste ano, foi apresentado à empresa modificações ao laudo pericial que mostra as funções que deverão receber o adicional insalubridade. “A empresa deve acatar ou contestar, e ela não fez nada”, afirma Versiani. Segundo o diretor, a UnB continua pagando à empresa o valor referente ao adicional insalubridade dos trabalhadores da Planalto. Já o representante da empresa Planalto, que também compareceu à assembleia dos trabalhadores terceirizados, afirma que a UnB não repassou à empresa o valor referente ao adicional insalubridade que deve ser pago aos trabalhadores.
“Existe um laudo pericial, feito pela Planalto, que está vigente. A UnB pode ter feito considerações a este laudo, mas isso não quer dizer que tenha sido aprovado um novo documento. Por isso, o adicional insalubridade não pode ser retirado de nenhum trabalhador”, explica o assessor jurídico do Sintfub, Valmir Floriano.
Ainda nesta sexta-feira, o Sintfub e o Sindserviços, que também representa os trabalhadores terceirizados, encaminharam à diretoria de terceirização do DGP da UnB ofício requisitando que a Universidade determine que a empresa pague o valor devido aos trabalhadores terceirizados. “Após contestarmos a empresa, ela tem até 5 dias úteis para nos responder”, afirma Júlio Versiani.
O Sintfub ainda fará denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho e solicitará que o órgão convoque representantes da Planalto e da administração da UnB para que este problema seja solucionado e não volte a acontecer. “Encaminharemos um requerimento de informação à UnB perguntando os motivos de haver tanto desrespeito com o trabalhador terceirizado que presta serviço para a Universidade. Pediremos que ele explique isso na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados”, apoiou a deputada federal Érika Kokay, que também participou da assembleia dos trabalhadores terceirizados, sexta-feira (7).