Panfletagem na UnB alerta calouros sobre desmonte

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Em defesa da Unb e contra o desmonte da educação, o Sindicato dos dos Servidores da Universidade de Brasília (Sintfub) realizou panfletagem durante aula inaugural realizada nesta quarta-feira (8), no Centro Comunitário Athos Bulcão. A ação faz parte da campanha #TodospelaUnB, lançada pela CUT Brasília em parceria com os sindicatos filiados.

Os trabalhadores aproveitaram a aula magna, que reúne todo ano milhares de calouros, como uma oportunidade para conscientizar e fazer um alerta aos alunos.

No material entregue, os sindicalistas explicaram aos estudantes sobre os ataques à educação promovidos pelo governo golpista, como o corte orçamentário de 45% das verbas de custeio das instituições públicas de ensino superior.

O coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes, explica sobre a importância de defender a UnB. “Sem dúvida nenhuma, estamos vivendo o pior momento da universidade. Por causa dos cortes do governo nos recursos, centenas de pais e mães de família estão sendo prejudicados. Além de sobrecarregar os trabalhadores que restaram, a medida afetará a qualidade nos serviços prestados aos alunos”, explica.

Precarização dos trabalhos

Paralelo à alegria de diversos jovens que ingressaram no mundo acadêmico, a notícia para 118 trabalhadores terceirizados foi das piores. Ainda nesta quarta-feira (9), a empresa que atua na limpeza da Universidade de Brasília (UnB), RCA Serviços, anunciou o desligamento desses profissionais. Já em final de aviso prévio, a partir de quinta (10), eles não estarão mais na instituição. A empresa ainda informou que, até 25 de agosto, mais 10 funcionários serão dispensados, pois o contrato com a universidade será reduzido em R$ 700 mil e, por isso, será necessário reduzir ainda mais o quadro.

Mauro Mendes reafirma que tal medida, além de ser uma injustiça com os dispensados, irá sobrecarregar os que permanecerão. “Eles vão trabalhar dobrado e, mesmo assim, não darão conta de toda a demanda. Por isso não desistiremos e continuaremos lutando para reverter essa triste situação”, afirma.

Já a presidenta do sindicato que representa os trabalhadores terceirizados da limpeza (Sindiserviço-DF), Maria Isabel Caetano, defende que há outras formas de resolver o déficit da instituição de maneira a não prejudicar o trabalhador. “Enfraquecer a universidade e seus serviços prestados é deixar os brasileiros carentes de informação e formação como era no passado”, avaliou.

“A Universidade de Brasília é um patrimônio do povo do Distrito Federal e do Brasil, por isso precisamos defendê-la e também seus trabalhadores. A proteção da UnB deve ser feita por toda a população do Distrito Federal, dada a sua grande importância social”, defende a campanha #TodosPelaUnb.

Tesoutômetro

Dando continuidade à luta em prol dos trabalhadores e da educação, o Sintfub participará nesta quarta-feira (9) do lançamento do Tesoutômetro. Uma iniciativa conjunta com a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). Trata-se de um painel eletrônico que mostra minuto a minuto o impacto em reais dos cortes de financiamento federal para as áreas da ciência, tecnologia e humanidades desde 2015, tendo como referência o orçamento federal aprovado para aquele ano.

O objetivo da campanha é monitorar e denunciar os cortes e suas consequências negativas para a sociedade brasileira.

De acordo com os cálculos realizados pelo economista Carlos Frederico Leão Rocha, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os cortes deste ano serão de R$ 4,3 bilhões. Esse número significa uma perda de quase R$ 12 milhões por dia, ou seja, R$ 500 mil por hora ou mais de R$ 8 mil por minuto.

Segundo o especialista, essas reduções significam uma perda de cerca de 50% do total de financiamento para a produção de conhecimento nesses dois anos.

O Tesoutômetro estará exposto na sede da ADUnB, localizada na 608 Sul, no Plano Piloto, a partir das 17h. O painel permace de 9 de agosto a 8 de outubro.

A inauguração contará debate sobre o tema com representantes da ADUFRJ, APUBH, SBPC e ABC.

Fonte CUT Brasília com informações Sintfub

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