Cortes na UnB e no IFB são criticados durante sessão solene

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Em discurso lido em Plenário, Rodrigo Maia disse estar certo de que a Câmara buscará propostas para aprimorar o sistema universitário

 

Os cortes anunciados para a área de Educação foram tema de protestos em diversos estados do Brasil. A Câmara realizou sessão solene nesta sexta-feira (7) em defesa da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Federal de Brasília (IFB), instituições de ensino público e gratuito da capital federal.

Em discurso lido em Plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ressaltou a importância da UnB enquanto instituição pública de nível superior e afirmou que debates sobre os cortes na Educação são bem vindos na Casa. “Sobretudo, quando são realizados de forma transparente e bem fundamentada. Estou certo de que daqui sairão propostas para que se busque o constante aprimoramento do nosso sistema universitário”, afirmou.

A deputada Érika Kokay (PT-DF), que solicitou a solenidade, anunciou o lançamento de um fórum em defesa da UnB e do IFB, ainda neste mês, para lançar o manifesto de ex-reitores. “Tudo que foi conquistado de autonomia, de liberdade, na Universidade de Brasília, foi feito com muita coragem. Coragem de professores, de tantos educadores. Tudo que foi conquistado com coragem, determinação e dor não será desconstruído”, afirmou.

Para a representante do Diretório Central dos Estudantes da UnB, Clarisse Machado, o orçamento de universidades federais é “engessado” pela lei orçamentária anual. “A universidade não tem liberdade para utilizar seus recursos próprios, para prestar serviços para a comunidade e, hoje, o Estado gasta oito vezes mais com o estudante de educação básica do que superior”, argumentou.

O governo pretende cortar mais de 2.724 bolsas de pós-graduação. Somadas com outras 3.474 bolsas já bloqueadas em maio, o corte atinge 6,9% das bolsas de pesquisa financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (Capes) neste ano.

Representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vinicius Paranaguá afirmou que defender a universidade pública é defender o desenvolvimento do País. “Universidade é balbúrdia? A gente que produz 90% das pesquisas no Brasil e essas pesquisas são direcionadas à nossa sociedade. Se a gente corta os recursos, o que a gente vai desenvolver para a sociedade?”, indagou o estudante.

O reitor substituto do IFB, Adilson de Araújo, solicitou aos parlamentares uma reunião de urgência com o Ministério da Educação para debater sobre os cortes. “Nós corremos um sério risco de não conseguirmos nos manter no segundo semestre deste ano. Não teremos como pagar energia, internet, limpeza e teremos que dispensar nossos vigias. A situação é dramática”, lamentou.

Classificação
O Ranking Universitário Folha (RUF) classificou a Universidade de Brasília como a nona melhor instituição de ensino superior do Brasil em 2018. A UnB manteve a mesma posição em relação a 2017, com melhorias nas notas relativas a quatro dos cinco indicadores considerados pelo RUF: ensino, pesquisa, mercado e internacionalização.

Já o Instituto Federal de Brasília conquistou o primeiro lugar entre todos os Institutos Federais, com nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), ranking anual do principal indicador de qualidade do ensino superior brasileiro, realizado pelo Ministério da Educação.

Sintfub presente 
O coordenador-geral do Sintfub Edmilsonn Lima, em discurso em sessão solene, afirmou que a UnB ultrapassa os limites geográficos e fronteiras, tem 104 prédios, com aproximadamente 48 mil alunos e mais de três mil professores e três mil servidores. Lembrou que em setembro a Universidade pode fechar, por não ter verbas para continuar com as suas atividades, por causa dos recentes cortes na educação superior realizados pelo governo.
Lima fez uma retrospectiva e afirmou que a UnB vêm sendo massacrada desde o governo anterior. Em 2017 teve um corte orçamentário gigante e no ano seguinte um corte maior ainda, inclusive retirando as verbas que a UnB tinha captado através da inúmeras atividades que a instituição exerce e teve que demitir inúmeros terceirizados e aumentar o preço do bandeijão.
Ele aproveitou a ocasião e chamou os presentes para aderirem à greve geral, que será realizada no dia 14 de junho. “Vamos lutar contra a reforma da Previdência, a privatização do Estado e o sucateamento do ensino público brasileiro”, completou.

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